domingo, 10 de maio de 2009

livros - um produto democrático - por Aderbal

Meus amigos, ontem a convite, fui assistir ao filme Divã, no Fashion Mall. Por infortúnio do meu destino, a única sala de cinema que não estava funcionando, era a que passava Divã!

Filme perdido, passeio nem tanto. Quem conhece sabe que o Fashion Mall é um portal, daqueles divisores de água, onde de um lado tem os consumidores AA-Ao-Cubo e do outro as lojas preferidas dos consumidores AA-Ao-Cubo.

Como não faço parte desse seleto grupo, resignei-me a dar uma volta pelos corredores va-zi-os do Mall. As vitrines até assustam pouco, pois como não exibem os preços das mercadorias, dá para imaginar um dia-de-fúria-consumista e sacar o cartão de crédito. Isso se o limite permitir a transação, claro! Talvez não mostrem os preços porque sejam tantos os zeros a preencher as etiquetas... sei lá.

Mas, nem tudo está perdido no Reino de São Conrado. Eis que de repente, encontrei uma livraria! não perdi tempo e fui conferir a vitrine desta. Para meu contentamento jovem-burguês, vi livros com etiquetas, cujos preços são os mesmos praticados em qualquer outro bairro.

O que concluí com isto? livro socializa o capitalismo! Não importa se eu vá numa livraria no bairro de Noel ou no do Manoel Carlos, os preços praticados são os mesmos. Tá bom, o poder aquisitivo dos moradores de Vila Isabel e do Leblon difere e muito, verdade, mas uma das máximas do mercado não é o da oferta X demanda?

Com o produto livro, esta ordem não acontece. É mais fácil encontrar 1 litro de leite com preços diferentes entre os mercados da zona norte e da zona sul, do que o "Leite Derramado" do velho Chico.

A pergunta que não quer calar é: o preço do livro ao consumidor não considera o meio no qual ele está à venda? Alguém me ajuda a entender essa questão?

abraços,
Aderbal

2 comentários:

Nine de Azevedo disse...

Caro Aderbal ,creio que nao se considera a diferença nessa caso, porque quem le nesse pais ja é elite ,nem que for elite intelectual.Gente que como eu ,tu ,eles ,até sacrificam outros prazeres para comprar um livro.Entao se fosse ter essa diferença, so se fosse para diminuir ,tipo uma campanha pela popularizaçao do livro nos bairros mais carentes.Acredito muito em açoes individuais ,faço e e incentivo quem puder a fazer ,crossbooks e crosspapers.Caso voce ,ou algum leitor aqui da esquina nao saiba é o ato de deixar livro e ou jornal ,do dia claro,em lugares publicos para outros utilizarem.Nao faço com todos meus livros até porque gosto muito de alguns e gosto mais ainda de re-los em fases de vacas magras!bjs

Visconde disse...

Sobre livros, guardo dados curiosos. Muito me orgulho de ter sido aluno da jornalista Ana Arruda Callado, esposa do escritor Antonio Callado. Segundo ela, livros "finos" (em espessura) não vendem no Brasil. Assim como já houve tentativa de baratear o preço dos mesmos com edições mais modestas, em termos de qualidade de papel - o chamado papel jornal. Em vão. Encalham. Em Pindorama, vale a forma. Um abraço, conteúdo.