quinta-feira, 28 de maio de 2009

portal das estrelas - por Nine

Sou fascinada por Sci-Fi desde criança. Tudo começou com Jules Verne. Sonhei deitada na rede na casa dos meus pais, com viagens ao centro da Terra, 20 mil léguas submarinas, Voltas ao mundo em 180 dias.

Assistia National Kid, adorava os Incas venusianos! Eles eram tão fashion com aqueles macacões pretos... Quem é muito jovem e não tem a menor idéia do que eu estou falando, se dirija, por favor, ao santo Google que resolve nossos problemas de ignorância de cada dia.

Depois veio Startrek: Capitão Kirk, Dr. Spock, meu preferido, e a enterprise. Queria tanto fazer parte da frota estelar... Fazia de conta que meus 3 irmãos eram Klingons... Teletransporte será divino! Não acreditam na possibilidade, leitores de pouca fé? Andem de bus, peguem engarrafamentos monstros e vocês vão rezar pela iluminação do cientista que o inventara. Depois veio o capitão Picard, os outros capitães não gostei. Mas aí também eu já era adolescente, preferi deixar o Kirk e o Picard pelo Henrique, filho de um capitão do exército que morava na minha rua.

Respirem fundo agora: George Lucas criou Guerra nas estrelas. Luke Skiwalker, a sem graça e chata da princesa Leha, o bonitão e folgado Hans Solo, o leal Chewbacca e claro, o arquivilão Darth Vader. Então quis ser uma dama jedai, que a força esteja sempre aqui na esquina!

Ah, teve também o adorável ET-home do Steve Spielberg. Aliás ele deu entrevista a uma revista americana dizendo que não compra nenhum móvel com pés. Ele tem medo. Quando criança achava que eles iam sair andando atrás dele. Meu medo de panela de pressão e liquidificador é pouco perto do dele, já que eu os tenho em casa. Prefiro vigiar meus inimigos de perto... Mas o compreendo perfeitamente. Meu medo de tempestades não passou, e já cresci o suficiente. Já meu medo de monstro que mora embaixo da cama foi embora. Apesar de que, por via das dúvidas, se meus pés saem debaixo das cobertas e ultrapassam o retângulo, eu os recolho correndo... Vai saber! Por isso gosto muito do Calvin, ele sabe dos perigos que rondam embaixo das camas e que inocentes pais ignoram.

Percebi com o passar dos anos, que a maioria das pessoas criativas apreciam Sci-fi. Elas tem uma mistura de maluquice e lucidez, resultante na "maluquez", já cantada pelo maravilhoso Raul Seixas. Isso é, para antever fatos, eventos, inventos, projetos é preciso viver com a mente fora do seu tempo. Mas se não casar criatividade, imaginação, inteligência com lucidez, pés no chão, e determinação, você só é louco. O limite é tênue. Já escrevi no meu perfil no orkut que "Normal people is so boring!" Em bom português: pessoas normais são tão tediosas, chatas mesmo! Mas gente louca também é! O negocio é ficar no meio. O tal do Dharma.

Sou super organizada. Tenho que ser, estou sozinha agora, não trabalho pela CLT, não ganho rios de dinheiro, la vie oblige! Não tenho nenhum tipo de patrocínio.

Meus armários são um primor, até o Monk da série de TV a cabo não teria um ataque no meu apartamento. Arrumo meus sapatos por cores, separo as roupas por tipo: parte para saias, calças, fecho as minhas malhas em sacos plásticos com fecho zipatudo. Calma gente! Vocês estão achando que é muito, não é?! Vão ver que não: tenho uma amiga que arruma pelas cores do arco íris, e que conhece outra que arruma pela escala de Newton acrescida de observações de ondas de Goethe, resgatadas por Paul Klee e Kandisky... Excentricidades são o máximo!

Gosto de arrumar coisas, porque enquanto arrumo por fora, organizo minha cabeça por dentro, dizia meu terapeuta. Não sei, só sei que me acalma. Podem ficar sossegados já tive alta do terapeuta. Mas meus amigos e filhos me oferecem os armários e arquivos deles em caso de emergência, estresse brabo. Tudo para me salvar de mim mesmo. Gosto de pintar caixas, fazer colagens, decoupages etc... e outras coisas que invento para dar às minhas amigas, filhas e para mim mesma. Não posso vendê-las, como já me sugeriram, porque não sei fazer nada anonimamente. Tenho que pensar na pessoa a quem eu quero dar, então criar minhas caixas, bijuterias, sous-plats etc...

Cada um de nós tem suas peculiaridades, suas esquisitices mesmo. Se a gente não surtar frequentemente, podemos até realizar coisas bacanas. No meu mundo, já que sou autista por opção, pode-se surtar 4 vezes na vida. Porque 4? Porque eu gosto do número 4 e o mundo é meu! Já surtei 3 vezes, só tenho direito a mais um na vida.

Por isso tudo, sejamos mais criativos, assumamos nossas diferenças, manias, esquisitices, peculiaridades, excentricidades, idiossincrasias. Se a gente se aceitar, as chances dos outros nos aceitarem serão maiores. Quando alguém perguntar por que você faz ou não faz tal coisa, abra seu melhor sorriso e responda: Porque eu gosto ou não gosto, eu sou assim, não é legal?!...

Esse mundo que é você, sou eu, somos todos nós, deve ser visitado por outros seres, não é para ser solitário, não é bom... Sempre lembre os que adentram ao seu stargate, com a sua permissão, claro, que são bem-vindas, mas que o mundo é seu, que as regras são suas, que pode acrescentar, mas não diminuir ou mudar esse universo que é você!

E não perca nenhum episódio de Stargate Atlantis!

beijos científicos e fictícios,
da Nine de Azevedo

3 comentários:

Paty W. disse...

Nine querida,
Para variar texto super bem escrito, com estes ricos detalhes que nos fazem compreender e megulhar nas histórias, além de sempre acrescentar alguma "lição de vida"

Adoro seus textos!

Adoro-te!

beijinhos

disse...

Nine linda,menina eu não perco nenhum STARGATE ATLANTIS,mas não vejo a hora que comece uma nova temporada!*rsrs
Quanto aos chatos e loucos e o meio termo, a mediocridade sempre me assustou,ainda não sei o que faço em relação à isso.
bjus

Susanna Lima disse...

Flor, adorei a viagem! Nossa, espetacular!!

Há conselhos excelentes também... Ah, o texto está uma maravilha intergaláctica! rs

Beijo!
Amo você!

Rainha, meus carinhos novos, de sempre em sempre...