Como escrevi sobre Roberto na semana passada, minha alma encheu-se de júbilo ao deparar-me com um Segundo Caderno do Globo inteiramente dedicado ao rei. E, por coincidência - coisa que, acredito, não existe -, recebi por e-mail, sem que eu tivesse solicitado, sua biografia, essa que ele, lastimavelmente, impediu de circular. E estava este vosso companheiro de navegação a buscar refúgios doces para retemperar o espírito entregue aos negócios de petróleo&gás, quando, movido pelo que alegremente constatei ser uma paixão comum, resolvi visitar o blog de Leila Pinheiro. Ah, amadas, e o que encontro naquele jardim? A tão comentada nesta esquina entrevista de Nélida Piñon ao Globo! Era Leila, como sempre, mais uma vez a recomendar diamantes! Mas que belas conspirações do universo! Nem a derrota do Botafogo no domingo conseguiu abalar-me, pois que na sala em frente à tela onde víamos o jogo espalhava-se sobre o chão um arsenal de pedrinhas e utensílios plásticos de cozinha, misturados a bichinhos, para brincarmos com minha afilhada - ainda tão bebê - e fazê-la feliz.
Corria assim leve o tempo, quando chega o envolvimento de Fernando Gabeira na farra das passagens aéreas. Vós bem sabeis que, à maneira de Eremildo, de Gaspari, sou um idiota. Tanto que, conforme relatei nesta esquina recentemente, fui um dos que deixou de viajar à Ilha de Caras num final de semana para votar no nobre deputado para prefeito. Pois, garotas, como me arrependo agora dos mergulhos que deixei de aproveitar em Angra, na companhia de gente que morreria de vergonha de embarcar um filho para fazer turismo à custa do erário. Gente que trabalha com dignidade e que não se autointitula o último baluarte da ética entre os podres poderes. O mais triste é o cinismo das argumentações do companheiro, que aqui não reproduzo por embrulhar-me. Estão às fartas nos jornais e devo poupá-las de uma indigesta segunda leitura.
Coisa tão, mas tão infeliz, que, idiota qual Eremildo, vou fazer de conta que o tempo congelou nas fotos que tiramos domingo com a pequenina Cacaia brincando no tapete ao redor de bacias, escorredores e funis. Dito isto, nada me ocorreu senão sugerir-lhes uns miminhos para aguçar os sentidos combalidos pela aspereza dessas que só podem ser puras invenciones da imprensa que, segundo ACM Neto (também tripulante da farra), quer fechar o Congresso. Vamos lá:
Coisa tão, mas tão infeliz, que, idiota qual Eremildo, vou fazer de conta que o tempo congelou nas fotos que tiramos domingo com a pequenina Cacaia brincando no tapete ao redor de bacias, escorredores e funis. Dito isto, nada me ocorreu senão sugerir-lhes uns miminhos para aguçar os sentidos combalidos pela aspereza dessas que só podem ser puras invenciones da imprensa que, segundo ACM Neto (também tripulante da farra), quer fechar o Congresso. Vamos lá:
A canção "Antinome" - Piruetas poéticas de Chico Cesar em melodia primorosa, + a participação de outro Chico, o ardosiano Buarque (para que vocês não me acusem de só amar o rei R. Carlos). http://app.radio.musica.uol.com.br/radiouol/player/frameset.php?opcao=umamusica&nomeplaylist=006953-0_02<@>Respeitem_meus_Cabelos,_Brancos<@>Antinome<@>Chico_César<@>0330<@>Chico_Buarque/Chico_César<@>ABRIL<@>MZA
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O DVD "Les uns et les autres", de Claude Lelouch, que aqui recebeu o pobrinho título de "Retratos da vida". O diretor francês estava em estado de graça ao realizar esse filme deslumbrante, que se passa em quatro países, Rússia, França, Alemanha e Estados Unidos, e mostra o período americano das big bands, a ascensão de Hitler, a perseguição aos judeus na França e sua deportação para os campos de concentração, a batalha de Stalingrado, o desembarque na Normandia, a libertação de Paris. Não há cena mais bonita nesse mundo do que a de um Jorge Donn arrasador no bolero de Ravel na noite de Paris.
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E já que acabamos de falar do "Les uns et les autres" (Uns e outros) gringo, temos também o nosso "Um e outro", canção (maravilhosa) de Paulinho Moska: Um fala, o outro escuta Um cala, o outro muta Um grita, o outro olha Um habita, o outro desfolha Um aperta, o outro solta Um liberta, o outro volta Um salta, o outro pousa Um falta, o outro ousa Um atura, o outro devora Um mistura, o outro demora Um corre, o outro estanca Um morre, o outro arranca Um concorda, o outro sabe Um transborda, o outro cabe Um chamusca, o outro congela Um busca, o outro revela Um existe, o outro permanece Um insiste, o outro acontece Um estranha, o outro acostuma Um acompanha, o outro desarruma Um agarra, o outro conquista Um esbarra, o outro despista Um batalha, o outro entrega Um encalha, o outro navega
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O site de Ed Motta (www.edmotta.com)
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Monica Waldvogel - Ah, sei lá...por tudo. A brilhante jornalista anda em fase de especial luminosidade. Não há figura hoje que este vosso amigo mais deseja entrevistar. Pelejarei.
Uma receitinha (esta vai especialmente para Nine que, como eu, adora cozinhar) - Para colorir o dia ou a noite, é prato fácil, rápido e delicioso. Como acompanhamento, arroz branco simples e salada verde. Harmoniza (parece papo de escola de samba) bem um rosé gelado, que ando cá em fase de rosés gelados. Precedido por um espumante, para dar mais graça aos pãezinhos assados com cobertura de tomate seco, tomate fresco, azeitona preta, alcaparra e pesto de manjericão. A vida é bela!
Camarão Thai: 250g de camarão limpo / 12 cubos de abacaxi / 150 ml de leite de côco / 100 ml de água / 2 colheres de sobremesa de curry / 1 colher de sobremesa de manteiga / Gengibre ralado a gosto / Sal e pimenta (eu ponho a calabresa) a gosto.
Numa frigideira, derreta a manteiga e frite rapidamente os camarões. Apague o fogo e reserve. Em outra panela, esquente a água e o leite de côco com os abacaxis. Deixe ferver alguns instantes e adicione o curry, o gengibre, o sal e a pimenta. Abaixe o fogo, adicione os camarões, completando seu cozimento no molho.
Numa frigideira, derreta a manteiga e frite rapidamente os camarões. Apague o fogo e reserve. Em outra panela, esquente a água e o leite de côco com os abacaxis. Deixe ferver alguns instantes e adicione o curry, o gengibre, o sal e a pimenta. Abaixe o fogo, adicione os camarões, completando seu cozimento no molho.
Beijo-vos, rainha e princesas. Liberto-me ficando vosso escravo.
Albuquerque.
4 comentários:
AH meu deus Brillat-Savarin, querido Visconde ,o que faço com voce...estamos em sintonia fina gastronomica.Fui hoje a Liberdade(bairro oriental de SP ,para quem nao sabe) para comprar molho de gergelin e macarrao de arroz para fazer com camaroes a moda vietnamita,com gengibre, chili,pimentas,tenras folhas de espinafre...resolvi graças a voce que misturarei sua receita de camarao thai com meu translucido macarrao e amanha sera uma festa de sabores picantes e exoticos na minha cozinha!Dizem que gourmandise é o pecado mais perdoado..Tomara!Senao arranjo um anjo caido como Lilith!bjs e obrigado
Visconde!!
Texto lindo, como sempre. Indicações perfeitas, e sua submissão... Ora, que mais poderemos nós, suas prendas, querer? rs
Beijos, querido!
Rainha, meus carinhos!
Conte-me sobre a festa de sabores, querida Nine...
Caro Visconde
Sua receita de camaroes com meu macarrao de arroz ao molho de gergelin foi uma festa de sabores ao meu palato mesmo.Cada garfada era um sabor que explodia diferente, doce ,acido...ficou perfeito!Com Cesaria Evora de fundo musical foi uma viagem!obrigado e bjs
ps.conheces o poema do Neruda para o fois gras?Senao eis ai:
Fois Gras
"O toi,foi d'ange,ton doux parfum est une harpe sur nos palais,ton harmonie joue de cymbales sur nos langues,et nous traverse tout entiers d'un long frisson de volupté"
Como voce ve querido Visconde, ha de ser poeta ,ter sensibilidade, para ser um gourmet e gostar de cozinhar como nos...
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