segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ponte brasil-cuba


para Elenora de Martino

Lelê, minha querida Lelê,Construíram uma ponte Brasil-Cuba. Uma ponte de som e cores, como só os dois países sabem fazer. Bem ao seu gosto, bem do seu jeito luminoso e alegre. Imagino a sua vibração. Pois é... Duas mulheres e suas vozes maravilhosas, capazes de levantar nossos corpos para a contradança e logo depois nos fazerem chorar. Duas mulheres (não poderia ser diferente, né?) cantando pela garganta, pelos poros, pelas mãos, pelo corpo inteiro. Bethânia e Omara; Omara e Bethânia. As duas no palco, cantando pra nós.

Lá pela 3ª ou 4ª música, o cheiro de
Issey Miyake invadiu o ambiente. Você devia estar bem próxima. Percorri todo o espaço com os olhos a tua procura. Era óbvio que você viria. O que poderia te fazer perder este espetáculo? Não te encontrei. Queria parar o show, pedir que as duas esperassem só um pouquinho, você já estava chegando, eu tinha certeza. Mas elas não ouviam. Ocupadas em trafegar pelo abraço de nossos povos e de nossas músicas... Passei a vigiar a porta. Anda Lelê, se apresse. Mais uma música, mais duas e nada! Onde podia se esconder aquele seu sorriso escancarado?

Bethânia no palco, depois Omara. Ambas atravessando a ponte sonora, como se o mundo vivesse em paz. Metade samba, metade rumba. Por onde você dançaria àquela altura do espetáculo? Fiquei zangada até ficar triste. Depois a emoção tomou conta sem nenhuma cerimônia. Era saudade. Ai que saudade.


Quando o palco ficou vazio, o quarto da minha esperança também. Segue então esse bilhete. Não estranhe o portador. Assim que o show acabou, entrei na Internet. Americanas.com. Seção de DVD, código 2607015.


Assinei o remetente e mandei te entregar aí no céu. Não deixe de ver e me espere. Acho que ainda falta um tanto, mas qualquer dia a gente se vê,


Muita Saudade,

Guilhermina





4 comentários:

Susanna Lima disse...

Eita que esse é texto transparente por demais!

Suspendi minhas crenças religiosas pra não perder a alma que tá aqui, dilacerada, dolorida, sangrando, e aberta...

Não seria justo tolir esse sentimento, essa dor, por causa dos meus preceitos religiosos... Não seria justo com você, comigo, e com a vida!

Amei a sinceridade, e a dor presentes aqui.

Você merecia um abraço...

Susanna

guilhermina, (ataulfo) e convidados disse...

ia ser bom um abraço.
bj

Anônimo disse...

juro que eu queria saber quem foi que sublinhou esse texto. Não fui eu. E o blogger não me explica. Amanheceu assim...
Bj
Guilhermina

Susanna Lima disse...

hahahahhahahaha

eu sempre digo: textos têm vontade própria!!